Entregador é morto em Jacarepaguá; família diz que milicianos o mataram ao ver foto com arma de gel

Segundo a família, Pedro Henrique estava levando uma passageira da Cidade de Deus para a Rua Araticum, em Jacarepaguá, quando foi abordado por um grupo de milicianos.

A Polícia Civil está investigando a morte do entregador Pedro Henrique Figueiredo da Silva, de 27 anos, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.

A suspeita é que ele tenha sido morto depois que milicianos encontraram uma foto do rapaz segurando uma arma de gel — um brinquedo que dispara bolinhas de gel e virou febre nas comunidades.

A estrutura é como se fosse de uma arma de paintball, e no lugar da tinta há um espaço para inserir as bolinhas de gel, que se desfazem facilmente ao serem disparadas. Por se tratar de um brinquedo, a venda é liberada.

Segundo a família, Pedro Henrique, que trabalhava como entregador de aplicativo e como mototaxista, estava levando uma passageira da Cidade de Deus para a Rua Araticum, em Jacarepaguá.

No trajeto, eles foram parados por milicianos que pediram para ver o celular do jovem. Os criminosos encontraram uma foto dele segurando uma arma de gel e a teriam confundido com uma arma de verdade.

Os milicianos controlam a região para onde a passageira estava indo e pertencem a um grupo rival da Cidade de Deus. Os criminosos ficaram com o celular, documentos e a moto do rapaz. Segundo testemunhas, o veículo foi visto circulando pela região de Rio das Pedras sem placa. Pedro Henrique deixou dois filhos pequenos.

O corpo dele foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) e deve ser liberado ainda nesta terça-feira (1°).

A Delegacia de Homicídios está investigando o caso e informou que diligências estão em andamento para identificar os autores.

A PM disse que o corpo foi encontrado na Avenida Ayrton Senna, próximo à Lagoa de Jacarepaguá, com disparos de arma de fogo. A Secretaria de Segurança Pública informou que não há proibição na comercialização de armas de gel, mas alertou para o risco desse tipo de brincadeira.

Nesta segunda-feira (30), o secretário de Segurança Pública do Rio, Victor dos Santos, alertou para o perigo dessas armas de brinquedo serem confundidas com armas de verdade.

“São brinquedos que estão sendo pintados para se parecerem mais com armas de fogo. A gente alertou o risco que esses adolescentes têm por usarem esses brinquedos porque alguém pode ver essa brincadeira e achar que pode ser um grupo armado”, disse o secretário.

“O alerta que a gente faz é que tenham cuidado ao pintar essas armas e, principalmente, o uso delas em vias públicas”, completou.

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